O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, que perdeu a família em 24 de novembro de 2023, no caso que ficou conhecido como a Chacina de Sorriso, diz que preferia ter morrido junto com a esposa e as três filhas.
Se Deus me levar amanhã, me der a oportunidade amanhã de ir embora dessa vida, pra mim está ótimo
O crime aconteceu quando o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos invadiu a casa da família e assassinou cruelmente Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19, e duas menores de 13 e 10 anos. Exceto a menina de 10 anos, todas elas foram estupradas.
Regivaldo concedeu entrevista, no dia 4 de maio, ao jornalista Beto Ribeiro, do Canal de Crime, Comportamento e Mistério no YouTube.
O caminhoneiro se emocionou durante a entrevista e disse que hoje vive sem objetivos. “Quando te tiram tudo, você vai viver do quê? Vai viver pra quem?”.
“Hoje eu trabalho e vivo um dia de cada vez. Se Deus me levar amanhã, me der a oportunidade amanhã de ir embora dessa vida, pra mim está ótimo. Eu tô tranquilo”, disse.
Regivaldo afirmou que vez ou outra sente culpa de não estar em casa quando Gilberto invadiu a propriedade e, para ele, teria sido preferível morrer junto com a esposa e filhas.
“Eu preferiria ter ido junto com elas do que ficar aqui, ficar sem, preferia ter ido junto, então. Queria estar com elas”, afirmou.
Regivaldo conta que até hoje não consegue sequer passar em frente à casa em que a família foi assassinada e, apesar de ter se mudado, mantém viva a lembrança delas.
“Aluguei outra casa e moro sozinho, tenho todas as coisas delas comigo. Está tudo montadinho lá, o guarda-roupa está todo montado, os vestidos delas estão todos lá. Moramos só eu e elas”.
Condenado por outro crime
Gilberto passará por júri popular pelo assassinato de mãe e filhas, mas ainda não há data marcada.
Ele já foi condenado a 22 anos de prisão, em março de 2025, por outros crimes cometidos em 17 de setembro de 2023, sendo eles estupro, tentativa de feminicídio e lesão corporal qualificada pela violência de gênero.
À época ele também invadiu a casa da vítima, em Lucas do Rio Verde, e a violentou.
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