O prefeito eleito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) afirmou nesta sexta-feira (8) que não se sente em risco por expor a suspeita de envolvimento de facção criminosa na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal.
Esta semana ele denunciou que alguns vereadores – cujos nomes manteve em sigilo – relataram ter recebido propostas de R$ 200 mil para para votar em determinado candidato à Mesa e que este dinheiro viria de uma facção criminosa.
Segundo Abilio, a estratégia seria colocar um vereador aliado ao grupo criminoso no comando da Casa.
“Entenda, expor essa situação até me protege fisicamente, porque quando você tem uma informação e está guardando... Pronto, já não estou mais guardando, a informação está pública. Isso já me protege, não tem risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra o Abilio ‘porque se ele contar...’”, disse à imprensa.
“O que precisava já contei, já contei para o delegado, para outras pessoas. Fiz isso de forma sigilosa com nome de outras pessoas até que tenha investigação correta”, completou.
O futuro prefeito já havia afirmado que estava “juntando provas” para fazer uma denúncia formal no Ministério Público Estadual (MPE) e Polícia Civil.
Agora, após um pedido do governador Mauro Mendes (União), Abilio também vai marcar uma reunião com o secretário de Estado de Segurança Pública, César Roveri, para relatar a situação.
“A gente ainda vai conversar com o secretário, vamos conversar com a delegada-geral [Daniela Maidel] e vamos apresentar para eles as informações que a gente tem para que possamos ter as providências tomadas”, afirmou.
“[...] Vamos pedir para que eles façam a investigação. Eles têm os instrumentos necessários para fazer isso e acredito que no tempo certo aparecerão as respostas”, explicou.
Desgaste
Abilio afirmou que as informações que recebeu ainda são um “boato”, por isso ainda não revelou nome de nenhum vereador envolvido supostamente envolvido com o crime organizado.
Questionado se isso poderia causar um desgaste na sua gestão, caso a denúncia seja falsa, ele rechaçou a ideia.
“Não tem nada a ver, até porque não estou dando os nomes. As pessoas que me passaram essa informação falaram que receberam essas informações de uma forma que não poderia colocar publicamente. Por isso, estou tendo todo o cuidado possível para não colocar o nome de quem está recebendo dinheiro e de quem está dando dinheiro para não trazer nenhum tipo de constrangimento”, disse.
O prefeito eleito sugeriu, porém, que pessoas envolvidas no caso teriam sido alvos de duas operações, Pubblicare e Ragnatela. Ambas tiveram como alvo o vereador por Cuiabá Paulo Henrique (MDB), que não foi reeleito nesta eleição.
"Posso dizer uma informação, já que vocês querem a mais. Teria a ver com o pessoal que estava envolvido naquela questão da Dallas e da outra operação", disse.
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