Uma operação contra o trabalho escravo no Brasil resgatou em Mato Grosso uma idosa de 94 anos que trabalhou por 64 anos sem nunca ter recebido salário.
Ela foi umas pessoas libertadas durante a Operação Resgate IV, realizada por autoridades de seis instituições federais.
Durante o período em que trabalhou na casa, a idosa jamais pôde estudar ou constituir família. Ela foi a pessoa mais velha a ser resgatada em uma operação destes moldes.
Após a ação, foi garantido à mulher o usufruto da casa onde morava, com todas as despesas pagas pela família da empregadora, incluindo a contratação de cuidador de idoso para ela, além do recebimento de um salário mínimo por mês.
Não há informações sobre em que cidade ela mora.
Balanço
Entre julho e agosto, a operação retirou 593 trabalhadores de condições de trabalho escravo contemporâneo.
Este número é 11,65% maior do que o de resgatados da operação realizada em 2023 (532). Ao todo, mais de 23 equipes de fiscalização participaram de 130 inspeções em 15 estados e no Distrito Federal.
A ação envolveu Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais (291), São Paulo (83), Distrito Federal (23) e Mato Grosso do Sul (13). Houve resgates em 10 estados. Quase 72% do total de resgatados trabalhavam na agropecuária, outros 17% na indústria e cerca de 11% no comércio e serviços.
As equipes flagraram 18 crianças e adolescentes submetidos a trabalho infantil, das quais 16 também estavam sob condições semelhantes à escravidão. As fiscalizações ocorreram no Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso e Minas Gerais.
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